terça-feira, 12 de maio de 2009

Depressão e suicídio na infância e adolescência

Klein (1982) estruturou boa parte das suas concepções teóricas a partir das formulações de Freud (1996) sobre a dualidade das pulsões, estabelecida em linhais gerais, a partir do seu ensaio Além do Principio do prazer, escrito em 1920, e nos aspectos estruturais da mente, o ego (consciente), o id (inconsciente) e o superego, desenvolvidas em 1923. Modificando e ampliando algumas da concepções originais de Freud, Klein postula a partir do nascimento o ego possui condições de vivenciar a angústia e de usar mecanismos de defesa. O ego na visão de Klein reflecte que em alguma medida, parte da pulsão de morte para o exterior e, a partir de tal projecção, se origina a fantasia de um objecto mau, perseguidor que ameaçaria de destruição o ego.
O ego primitivo sofreria a acção da pulsão de morte e tenderia a planear, como defesa contra o medo de destruição interior.
A pulsão de vida é definir o objectivo de criar uma fantasia, um ideal. Mas a pulsão do objecto exterior original, relaciona-se com o seio maternal a partir daí é dividido e organizado pela criança o que é correcto e o que é mau.

Teoria de Klein: Define que a posição esquizo-paranóide, que subsiste do nascimento ao 3º ou 4º mês de vida, sendo caracterizado por angústia de ser destruído pelos objectos perseguidores e pelo facto de que o ego está a ser dividido.
O ponto de fixação das doenças psíquicas estaria na posição de esquizo-paranóide e no início da posição depressiva, para as quais afastaria o funcionamento psíquico das crianças maiores, adolescentes e adultos desafiados pela depressão. São as experiências repetidas, de perda e de recuperação pelas quais passa o bebé, enriquecendo o seu ego, dando-lhe confiança para estabelecer um objecto seguro, não levando-o à doença.

Teoria de Marcelli: O episódio depressivo ocorre em situações com valor de perda ou de luto. Nestas situações o comportamento da pessoa altera-se visivelmente. Alguns aspectos surgem no contexto familiar da criança que sofre depressão. Aqui verifica-se a situação histórica de depressão familiar. Torna-se psiquicamente ao genitor deprimido, ou que adquire um sentimento generalizado de que a mãe é inacessível, o sentimento de que a criança não possuiu qualidades que admire o interesse da mãe.

Teoria de Spitz: O ambiente exerce um papel fundamental na organização do ego da criança, passando pelas etapas, em que a permanência de um objecto estável e de confiança, assim como o seu contrário, a ausência, a inconstância são factores determinantes para as variações do desenvolvimento do ego da criança. Os efeitos desta variável objecto – ambiente podem ser observados na humilhação da actividade da criança e nas manifestações somáticas das quais as crianças passam. Os sinais indicativos de episódio
Depressivo devem ser consideradas em conjunto, com o tempo de duração e com mudanças comportamentais.
Comportamentos depressivos:
- Alterações no desempenho escolar;
- Desleixo da aparência;
- Apatia;
-Ausência de reacções afectivas;
-Acidentes em que a pessoa se magoa;
-Conduta agressiva;
-Baixa tolerância à frustração;
-Dificuldades no sono, pesadelos, sonolência e distúrbios alimentares;
Estes comportamentos por vezes passam despercebidos, mas podem ser observados através de birras entre outros comportamentos instáveis.

Aberastury (1984)- Os adultos têm dificuldade e falar sobre a morte, especialmente se ocorreu algum caso sendo essa pessoa querida, fazem-se histórias, há como consequência um impedimento da criança em participar no luto, levando-a seguir o caminho da pessoa perdida. A criança tem percepção da morte e reage de acordo com as condições e recursos propiciados pelo seu ego infantil. Pode desenvolver falhas psicológicas, negando a dor, no futuro esta negação transformará em fraqueza psíquica por ter um ego fraco que não é forte para se deparar com o luto e com a ausência.

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