Quando se fala de depressão e suicídio também se costuma falar da adolescência. É nesta fase que acontecem as maiores transformações do ser humano. Essas transformações nem sempre são bem aceites e os adolescentes que não as aceitam ou não as compreendem acabam por ficar irritados, sentem revolta do mundo, sobretudo dos pais que os tentam ajudar mas que são interpretados como controladores. Essa revolta faz com que duvidem de todos os adultos e confiem mais nos amigos, os seus confidentes mas se esses confidentes os atraiçoam eles sentem-se como se não merecessem aquelas injustiças e enquanto uns optam por ficar deprimidos e mais tarde aceitam ajuda de alguém, há os outros que acham o suicídio a solução mais fácil e que mais perturbará os seus pais sendo assim o seu derradeiro acto de rebeldia.
O suicídio é, nos EUA, a 3ª e em Portugal a 2ª causa de morte na adolescência. A 1ª causa de morte é a morte acidental mas muitas vezes o suicídio é declarado morte acidental.
O suicídio pode ser definido como pensamentos ou desejo de morte com a intenção de se magoarem. Por vezes pensam em outros jovens que tentaram ou cometeram mesmo o suicídio e tentam visualizar como o fizeram para saber e idealizar a sua morte, para fazer da sua morte, a morte perfeita.
Freud num dos seus artigos não tira as culpas às escolas secundárias na culpa no suicídio porque os traumas que sofrem aqui não são acompanhados por alguém adulto, qualificado para os ajudar. Quando se diz qualificado não precisa de ter grandes estudos, precisa de compreender a fase da adolescência, precisa de compreender os sentimentos dos adolescentes em relação ao mundo. Esses sentimentos são o afastamento dos pais e a valorização do seu eu que se começa a substituir deixando de considerar os pais como algo essencial e passa só a ver-se, aos seus sentimentos à espécie de perda que sofreram ao separar-se dos pais. Essa valorização do eu chama-se de super ego, que exige uma perfeição mas quando essa não existe o adolescente sente que não é capaz de fazer nada de jeito e sente-se cada vez mais depressivo.
Existem teorias sobre a adolescência e a sua relação com o suicídio. Uma delas é de Mackinnon e Michels (1992) que dizem que todas as pessoas possuem representações mentais das pessoas que têm na sua vida e de si próprios. Essa representação pode ser ou muito certa ou muito distorcida e é neste segundo caso que acontece o ódio, a raiva, a depressão, etc. Usa-se o termo autoconfiança para descrever a representação que a pessoa faz de si mesma, do que gostaria de ser ou daquilo que pensa que deveria ser, ou seja é o seu ideal de ego. A maneira como classificamos, como sentimos se atingimos os nossos objectivos faz com que tenhamos ou uma alta ou uma baixa auto-estima. Se tivermos uma baixa auto-estima podem surgir os estados depressivos que podem levar a uma tentativa de suicídio. Esses estados depressivos são caracterizados por um sentimento de tédio duradouro e insuportável, intervalando com um intenso nervosismo, dependência ou isolamento exagerado em relação a pais e amigos, necessidade de muitos parceiros sexuais, fadiga, perturbações do apetite e do sono, dificuldades na escola, sintomas de ansiedade, obsessão e fobias e comportamentos ou condutas anti-sociais ou delinquentes.
A adolescência é considerada um período em que a procura de autonomia pode provocar um sentimento de solidão e de abandono porque ao mesmo tempo quer continuar com a dependência que tinha na infância.
A depressão pode afectar o desenvolvimento de cada um na sociedade negativamente. Como duvidam de si apoiam-se nas acções dos outros, acções essas que podem ser bastante negativas como o uso de droga, do álcool e a escolha de muitos parceiros sexuais. O suicídio aparece como uma forma do adolescente se afirmar dono de si mesmo, de concretizar um objectivo predefinido por si e é por isso que planeia o suicídio perfeito.
Prevenção
sábado, 16 de maio de 2009
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Vocês dizem que o suícidio não é solução, mas isso não e bem verdade. Se alguma de vocês passasse o mesmo que uma pessoa com tendências suicídas passou, penso que vocês teriam a mesma ideia... Não são os textos bonitos a falarem do quão bela é a vida que vai impedir o suicídio, nem são os pais, psicólogos ou amigos com as suas conversas mansas. É apenas a própria pessoa que o pode evitar.. Ninguém, mas ninguém que não tenha passado por isso, não pode dizer essas coisas, nem pode dizer que sabe como é, porque não sabe!
ResponderEliminarJM